6.6.10

Pronunciamento da Igreja Metodista sobre o projeto de lei acerca da homofobia

Pronunciamento da Igreja Metodista sobre o projeto de lei acerca da homofobia

O Colégio Episcopal da Igreja Metodista reunido em São Paulo, nos dias 11 e 12 de abril de 2007, cumprindo sua responsabilidade pastoral, tendo em vista a tramitação do projeto de lei no Congresso Nacional sob nº 5003 de 2001, que criminaliza toda e qualquer manifestação contra a opção sexual do homossexualismo, chamada de “lei contra a homofobia”, vem diante do seu rebanho pronunciar-se acerca do tema da seguinte forma:

1) Reconhece que há na sociedade brasileira manifestações de natureza discriminatória de todo tipo, e inclusive contra as pessoas homossexuais. Tais manifestações não fazem justiça aos direitos individuais, nem, tão pouco, à tradição cristã de reconhecer qualquer ser humano como criatura divina e ao mandamento bíblico de amar o próximo como a si mesmo.

2) Entende que esta liberdade individual, de aceitar uma sexualidade homossexual, não a torna correta por si mesma. Tampouco impede que quem dela discorde, expresse sua opinião contrária. Numa sociedade democrática se reconhece o direito de escolha, mas também nesta sociedade os valores individuais, e mesmo de segmentos, não podem se impor sobre os valores de outras comunidades específicas, por exemplo, as Igrejas Cristãs. Assim, tal lei ora em discussão retomaria os princípios de censura de consciência e opinião típicas do fascismo e das ditaduras que tantos males causaram à humanidade.

3) Afirma o ensino Bíblico de que Deus criou homem e mulher, e esta é a orientação sexual reconhecida pela Igreja. E este mesmo ensino Bíblico classifica como um pecado a prática do homossexualismo. Deste modo, é inalienável o direito da Igreja de pregar e ensinar no privado e no público contra a prática homossexual como um pecado e desobediência aos ensinos de Deus. O fato da Igreja compreender o homossexualismo desta maneira não a impede de receber, acolher e dialogar com os homossexuais. A Igreja quer, no entanto, preservar o seu direito de questionar a conduta humana, qualquer que seja ela, inclusive a conduta homossexual, de modo a poder desempenhar sua missão de pregar a reconciliação do ser humano com Deus, com o seu próximo e consigo mesmo.

As lágrimas de uma mãe

As lágrimas de uma mãe


Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santo Ambrósio (cc 340-397), bispo de Milão e doutor da Igreja
Sobre o Evangelho de S. Lucas, V, 89 (trad. cf SC 45, p. 214)
10º Domingo do Tempo Comum - Ano C : Lc 7,11-17


A misericórdia divina deixa-se facilmente vergar pelos gemidos desta mãe. Ela é viúva; os sofrimentos ou a morte do seu único filho quebraram-na. [...] Creio que esta viúva, rodeada da multidão do povo, é mais do que uma simples mulher que merece pelas suas lágrimas a ressurreição de um filho, jovem e único. Ela é a própria imagem da Santa Igreja que, com as suas lágrimas, no meio do cortejo fúnebre e até junto do túmulo, obtém que seja devolvido à vida o jovem povo deste mundo. [...]

Porque à palavra de Deus os mortos ressuscitam, reencontram a voz e a mãe recupera o seu filho; ele foi chamado do túmulo, foi arrancado ao sepulcro. Que túmulo é este para vós, senão o vosso mau comportamento? O vosso túmulo é a falta de fé. [...] Desse sepulcro, Cristo vos liberta; saireis do túmulo se escutardes a Palavra de Deus. E, se o vosso pecado for demasiado grave para que o possam lavar as lágrimas da vossa penitência, que intervenham por vós as lágrimas da vossa mãe Igreja. [...] Ela intercede por cada um dos seus filhos, como por outros tantos filhos únicos. Com efeito, ela é plena de compaixão e experimenta uma dor espiritual e materna sempre que vê os seus filhos arrastados para a morte pelo pecado.

Leituras do 10º Domingo do Tempo Comum - 06/06/2010

A Liturgia de hoje mostra que Deus é SENHOR DA VIDA.

Cântico 1Sm 2,1-10 - Os humildes se alegram em Deus - Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos (Lc 1,52-53).

É o Senhor quem dá a morte e dá a vida, *
faz descer à sepultura e faz voltar;
É o Senhor quem faz o pobre e faz o rico, *
é o Senhor quem nos humilha e nos exalta.

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Ele VISITA seu povo e o liberta do pecado e do sofrimento.

As Leituras bíblicas ilustram essa verdade:

DUAS VIÚVAS, que perderam seus filhos, foram consoladas por Deus, através da obra salvadora de seus enviados.

Na 1ª Leitura, temos a Viúva de Sarepta: (1Rs 17,17-24)

O Profeta Elias em Sarepta recebe hospedagem na casa de uma viúva. O filho dessa mulher adoece gravemente e morre. Ela se sente duplamente angustiada:
1º pela perda do filho
2º por se considerar culpada da morte.

- Elias toma o menino nos braços, leva-o para o andar superior, onde implora a Deus e lhe comunica novamente a vida.Em seguida, desce e o restitui com vida à mãe.

É a primeira ressurreição encontrada na Bíblia.

- Diante da morte, Elias e a mulher têm atitudes diferentes:
1- Ela perde a esperança, sente-se derrotada e procura um culpado.
2- O profeta, ao invés, acredita no Deus da vida, que não abandona o homem ao poder da morte.

* Diante de uma morte inexplicável, ou de uma desgraça,

ainda hoje, muitos falam de "castigos de Deus" e acham que Deus manda doenças para punir os pecados. Outros recorrem a adivinhos para descobrir o culpado. Quem se comporta assim não tem fé no Deus da Vida.
Deus é bom e quer a vida e a felicidade de todos.

Na 2ª Leitura, São Paulo se defende de acusações recebidas.
O Evangelho, que ele está anunciando, não o aprendeu dos homens, mas o recebeu por revelação do próprio Cristo. (Gl 1,11-19)

No Evangelho, temos a Viúva de Naim. (Lc 7,11-17)
Lucas descreve um grande acontecimento humano: - o encontro da Morte e da Vida.

+ Dois cortejos se aproximam pelos caminhos de Naim.
- Um é formado por Jesus e seus discípulos.
- O outro formado por uma mãe viúva e seus amigos, que levam um féretro para a sepultura.

- Um é precedido por Jesus, o ressuscitado, o vencedor da morte.
- O outro é precedido por um cadáver.

- Um representa a comunidade cristã radiante de alegria junto ao seu "Senhor", que a conduz à vida.
- O outro é símbolo da humanidade que ainda não encontrou Cristo: está a caminho do campo santo e vê a morte como uma derrota irreversível.

+ Os dois cortejos se encontram:
- O "Senhor" se compadece da dor e das lágrimas da mãe viúva (que representa toda a humanidade abatida e desesperada), interrompe a caminhada para a morte e diz:
- para a Mãe: "não chores mais".
- para o Filho: "Levanta-te."

O que ele faz é sinal da presença de Deus:

O pranto torna-se um canto de alegria, os dois grupos se unem num único brado de entusiasmo,
todos glorificam o Senhor, exclamando:
"Um grande profeta surgiu entre nós e Deus VISITOU o seu povo".
* A grande novidade não foi adiar a morte por alguns anos, mas o que o fato encerra: a morte foi vencida...

Jesus é o SENHOR DA VIDA.
Ele não abandona o homem nas garras da morte, mas o ressuscita para que viva para sempre.
+ Esta cena se repete todos os dias:
- Há grandes cortejos cheios de mortos, de mortos que andam e se movem, mas não têm vida:
- É o grande cortejo dos desempregados, dos drogados, dos analfabetos, dos sem-teto, dos terroristas, dos enfermos, dos inválidos...

Cortejo que passa todos os dias ao nosso lado e não nos damos conta.

- Ao encontro dele pode e deve ir outro cortejo, formado de pessoas cheias de vida que acompanham Cristo... comprometidas em responder à morte com a vida.

- Em que cortejo estamos?

- Que resposta damos aos que caminham no cortejo da morte?

Jesus não ficou indiferente diante do sofrimento humano. Fez algo para aliviar. Como seguidores de Cristo, devemos ir ao encontro dos que sofrem. Se não podemos eliminar o sofrimento, podemos ao menos ser solidários. A presença é sempre uma forma de ajudar quem passa por dificuldades...

Diante do milagre, o POVO exclamou: "Um grande profeta surgiu em nosso meio e Deus visitou o seu povo".
Será que poderá contar conosco?

Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 06.06.2010
Enviado por MIGT