17.2.10

ESTUDO DOS SALMOS - SALMO 2

Salmo 2 e o Reino Messiânico

1 Por que se enfurecem os gentios e os povos imaginam coisas vãs?
2 Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o SENHOR e contra o seu Ungido, dizendo:
3 Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas.
4 Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles.
5 Na sua ira, a seu tempo, lhes há de falar e no seu furor os confundirá.
6 Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião.
7 Proclamarei o decreto do SENHOR: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei.
8 Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão.
9 Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro.
10 Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos advertir, juízes da terra.
11 Servi ao SENHOR com temor e alegrai-vos nele com tremor.
12 Beijai o Filho para que se não irrite, e não pereçais no caminho; porque dentro em pouco se lhe inflamará a ira. Bem-aventurados todos os que nele se refugiam.

Este é um dos salmos mais citados no Novo Testamento e em todas as citações ele é aplicado a pessoa de Cristo.


Não se sabe ao certo em que circunstâncias este Salmo foi escrito. Alguns intérpretes afirmam que Davi o escreveu quando os filisteus o atacaram (2 Samuel 5). De qualquer maneira Davi começa se referindo ao reino terrestre e, profeticamente alarga seu pensamento ao reinado do Messias.


O salmo apresenta a terra como palco de uma rebelião de reis contra o Ungido de Deus. Estes reis estão sob domínio de Cristo, o Rei dos reis. Se olharmos para o passado histórico da humanidade, não temos o Jesus de Nazaré na condição de Rei sobre reis, o que demonstra por sí só que esta profecia ainda está por cumprir.

Também não há paralelo na história de que o Ungido de Deus descrito neste salmo seja Davi ou Salomão, visto que, o reinado destes dois grandes reis de Israel não alcançou a dimensão aqui descrita.

Este salmo também chama a atenção pela narrativa: o salmista escreve na condição do próprio ungido de Deus E apresenta um quadro futurista que ainda não se cumpriu. A forma de registro deste salmo auxilia na memorização, mas a qualidade de cântico não suplanta a profética. 

Em contraste com a fraqueza dos homens, este Salmo destaca o poder do Cristo que viria. Deus fala sobre a coroação do Messias como um fato já realizado (6). Mesmo revelando estas palavras mil anos antes da vinda de Jesus, ele usou o pretérito (constituí o meu Rei) para mostrar a certeza do cumprimento da profecia. 

ANÁLISE ESTRUTURAL

1. Os primeiros três versículos dizem respeito a reclamação da humanidade em geral, contra o Senhor, o Ungido. 

Por que se enfurecem os gentios e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o SENHOR e contra o seu Ungido, dizendo: 
  • Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas. (vv 1-3). 
  • Os primeiros versículos deste Salmo mostram a rebeldia dos povos e dos líderes humanos. 
  • Os gentios ou povos são aqueles que não se submetem a Deus. 
  • Seus  príncipes e líderes se exaltam contra o Senhor e contra o seu Ungido (o significado das palavras Messias e Cristo). Em Atos 4:25-27, os cristãos em Jerusalém entenderam a aplicação desta profecia às perseguições que sofriam. 
  • Quando  lembraram do Salmo 2, acharam conforto e confiança em suas palavras de vitória.  
  • O versículo 3 descreve muito bem a atitude dos homens rebeldes. Ao invés de receber o evangelho como uma mensagem de libertação, eles enxergam apenas as limitações postas na vida dos justos. 
  • Consideram a palavra de Deus algemas e laços a serem rompidos. Muitas pessoas continuam com a mesma opinião da palavra de Deus. 
  • Olham para a Bíblia como um livro de restrições que estraga o prazer da vida. Não entendem que seu próprio pecado é escravizador (2 Pedro 2:17-22). A perspectiva dos justos é totalmente oposta (veja Salmo 1:2).
2. Os versículos quatro e cinco mostram a reação do Senhor à decisão dos povos de quererem se livrar de Deus:
  • Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles. Na sua ira, a seu tempo, lhes há de falar e no seu furor os confundirá. 
  • Quando os inimigos de Deus atacam com toda a sua força, ele zomba deles (4). Um Deus que vê as nações como uma gota de água num balde (Isaías 40:15) não teme a força humana. O mais forte dos reis do mundo não passa de uma criatura minúscula (Daniel 4:32). Deus ri e confunde os homens que se exaltam (4-5).
3. Os versículos seis a nove falam do reino de Jesus Cristo:
  • Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. 
  • Proclamarei o decreto do SENHOR: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. 
  • Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão. 
  • Com vara  de ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro. A proclamação do versículo 7 não fala de criação, nem do nascimento de Jesus. 
  • O contexto já definiu o assunto do estabelecimento do reino do Messias. 
  • Citações no Novo Testamento (Atos 13:33; Hebreus 1:5 e 5:5) claramente aplicam este versículo à ressurreição e à ascensão do Cristo à sua posição de domínio no céu. 
  • Ele venceu a morte e tomou seu lugar como sumo sacerdote eterno no Santo dos Santos (veja Hebreus 9:12). 
4. Nos versículo dez e onze, novamente o que dizem os homens:
    Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos advertir, juízes da terra. Servi ao 
     SENHOR com temor e alegrai-vos nele com tremor.

5. Finalmente, no versículo 121 o Filho aparece novamente trazendo juízo:
    Beijai o Filho para que se não irrite, e não pereçais no caminho; porque dentro em 
     pouco se lhe inflamará a ira. Bem-aventurados todos os que nele se refugiam.


Origem:
http://www.estudosdabiblia.net/200231.htm
http://www.pastorjoao.com.br/devocionais/salmo_2.htm